A nossa História

Da ideia de dois homens na década de 1950 até à concretização e operacionalização de uma obra de engenharia exemplar, que garante o transporte petrolífero mais eficiente entre a Beira e o Zimbabwe. Conheça a história da CPMZ.

  • Década de 1950

    José Dias da Cunha e Roland “Tiny” Rowland criam a CPMR – Companhia do Pipeline Moçambique-Rodésia, SARL, para a construção e gestão do oleoduto entre o porto da Beira e a refinaria de Feruka, no Zimbabwe.

  • 1964

    É concluída a construção do oleoduto.

  • 1965

    Janeiro: O oleoduto começa a funcionar.

     

    Novembro: A Rodésia do Sul declara unilateralmente a independência. Sanções internacionais obrigam à interrupção de operações no oleoduto.

Saiba mais sobre a nossa visão estratégica

As origens
A história da CPMZ começa na segunda metade da década de 1950, com uma ideia visionária: criar uma infra-estrutura de larga escala, a partir do porto da Beira, capaz de dar resposta às necessidades de combustível de três países do hinterland – Zimbabwe, Malawi e Zâmbia – que, à época, formavam a Federação Centro-Africana. Este conceito abrangia a construção de uma refinaria de petróleo no Zimbabwe (Feruka) e de um oleoduto que assegurasse o abastecimento de petróleo bruto desde a Beira.

Esta foi a visão estratégica de José Dias da Cunha, Administrador-Delegado do grupo empresarial Entreposto, e de Roland “Tiny” Rowland, que viria a ser CEO do British Lonrho Group. Juntos, criariam em consórcio a CPMR – Companhia do Pipeline Moçambique-Rodésia, SARL, responsável pela construção e exploração do oleoduto, e que está na origem da CPMZ. Já a construção e operação da refinaria ficou a cargo de um consórcio de companhias petrolíferas, conhecido como CAPREF.

Da ideia à concretização, a construção do oleoduto e da refinaria concluiu-se em Dezembro de 1964. Em Janeiro de 1965, o oleoduto entra em operação, transportando o petróleo bruto do porto da Beira para a refinaria de Feruka. A capacidade inicial do tubo estava calculada em um milhão de toneladas/ano de petróleo bruto.

Foi, no entanto, uma actividade de curta duração. A 11 de Novembro de 1965, dez meses depois do início das operações de transporte, a então Rodésia do Sul (actual Zimbabwe) declara unilateralmente a independência. Em resposta, o Reino Unido e as Nações Unidas impõem sanções fortes, incluindo o corte de fornecimento de combustível à Rodésia do Sul, via Moçambique.

O oleoduto Beira-Feruka da CPMR interrompia assim as operações de transporte, ainda com o último abastecimento de petróleo bruto no seu interior. Esta paragem no transporte de combustíveis duraria 17 anos.

Construção da linha do pipeline em 1963/5 (máquinas Side Boom a introduzir o tubo soldado na vala).

  • 1979

    Roland “Tiny” Rowland e os filhos de Dias da Cunha avançam com projecto para retomar operações no oleoduto.

  • 1980

    Reconhecimento da independência do Zimbabwe (ex-Rodésia do Sul).

     

    É criada a CPMZ – Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe, Limitada.

  • 1981

    Reabilitação profunda do oleoduto.

  • 1982

    O oleoduto retoma o transporte de combustível entre Beira e Feruka, 17 anos depois.

Retomar operações
No final da década de 70, retomando a parceria inicial, Roland “Tiny” Rowland e os filhos de José Dias da Cunha, decidem avançar com um projecto de reestabelecimento do oleoduto. O acordo entre ambos foi fechado em Dezembro de 1979, numa antecipação ao reconhecimento formal da independência do Zimbabwe, que viria a acontecer a 18 de Abril de 1980.

É criada a nova entidade CPMZ – Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe, Limitada (sucessora da CPMR) para a operacionalização do transporte Beira-Feruka de combustíveis refinados. A estrutura accionista da empresa reflecte esta ambição de continuidade: duas quotas atribuídas, em partes quase iguais, ao sector privado e ao Governo de Moçambique. No entanto, o Estado, sob a liderança do Presidente Samora Machel, confiou ao sector privado a maioria do capital e a maioria dos membros do Conselho de Administração, bem como a gestão da empresa. A antiga Companhia do Pipeline Moçambique-Rodésia, SARL foi reorganizada de modo a deter a quota da CPMZ pertencente ao sector privado, alterando a sua denominação para Sociedade Moçambicana de Investimentos, SARL (SMI).

O restabelecimento das operações de transporte implicou repensar também o modelo de funcionamento e as infra-estruturas existentes, até porque a refinaria da CAPREF encerrou operações definitivamente. Nesse sentido, o oleoduto foi adaptado para o transporte de produtos refinados (em vez de petróleo bruto), iniciando-se também, em 1981, uma reabilitação profunda do tubo e dos equipamentos necessários para retomar o abastecimento, após anos de interrupção do serviço.

Em Junho de 1982, concluída a requalificação, o combustível voltou a circular pelo oleoduto CPMZ do porto da Beira até Feruka, ao longo de 294 quilómetros. O abastecimento do Zimbabwe mantém-se, de forma segura e eficiente, até aos dias de hoje.

Presidente Samora Moisés Machel e Dr. António Dias da Cunha.

  • 2007

    Renovação do Contrato de Exploração com Governo do Zimbabwe.

  • 2008 - 2014

    Oleoduto totalmente renovado.

  • 2018

    Início da Fase 1 do projecto de expansão.

  • 2019

    A CPMZ retoma a bombagem em apenas 10 dias, após passagem do Ciclone Idaí.

  • 2021

    A CMPZ e o Zimbabwe assinam o Memorando de Entendimento para projecto Cobalt.

Preparar o futuro
Entre 2008 e 2014, o oleoduto foi totalmente renovado, sem que tivesse sido necessário interromper a bombagem. O investimento na modernização da infra-estrutura, em tecnologia de ponta e na formação de equipas altamente especializadas permitiram que a CPMZ possa ser hoje reconhecida pela sua engenharia de alto nível. A qualidade operacional alcançada assegura um serviço de transporte robusto. Mesmo perante o ciclone Idaí de 2019, que afectou gravemente a Beira e destruiu a sala de controlo da estação de bombagem, a CPMZ teve capacidade de retomar as operações em apenas 10 dias.

O abastecimento de combustível ao Zimbabwe é feito mediante um contrato de exploração assinado com o Governo do país e renovado em 2007. Mas a ambição, partilhada entre CPMZ e Zimbabwe, vai mais longe. Em conjunto, a nossa visão estratégica é que o país possa ser o ponto central de distribuição de produtos petrolíferos refinados para o interior da África Austral, através dos oleodutos da CPMZ (Beira-Feruka) e da PZL (Feruka-Harare).

Para concretizar este objectivo, a CPMZ iniciou, em 2018, a primeira fase de um projecto de expansão ambicioso que permitirá ampliar a capacidade do oleoduto de dois para três milhões de metros cúbicos/ano em 2022 e, depois disso, para cinco milhões de metros cúbicos/ano (com a possibilidade de acomodar uma procura acima deste patamar).

Em 2021, CPMZ e Zimbabwe assinaram um Memorando de Entendimento tendo em vista a evolução de Harare como plataforma de distribuição de combustíveis para o hinterland (projecto Cobalt).

Vista aérea da parte operacional da estação de bombagem da Maforga, em Manica, e obras de construção da nova plataforma.