Inauguração do aumento da capacidade da CPMZ de 2 para 3 milhões de m³

Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, inaugurou esta 5ª feira dia 29 de Agosto de 2024, no porto da Beira, as duas novas plataformas construídas pela Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe (CPMZ), uma na Beira (Sofala) e outra na Maforga (Manica). As novas plataformas permitiram à CPMZ aumentar a capacidade de bombagem de combustíveis do seu pipeline da Beira até Feruka no Zimbabwe, dos anteriores dois milhões para os actuais três milhões de metros cúbicos por ano.

 

 

1. Perfil da Companhia

A Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe, Limitada (CPMZ) é uma empresa moçambicana que opera ininterruptamente há mais de 40 anos.

A CPMZ tem beneficiado ao longo da sua história de uma saudável estabilidade accionista, harmonia e transparência na governação da Sociedade.

A Companhia foi constituída com base em duas quotas de capital social, atribuídas em partes quase iguais ao Estado e ao sector privado. No entanto, o Estado confiou ao sector privado uma ligeira maioria do capital e a maioria dos membros do Conselho de Administração, bem como a gestão da empresa.

O sucesso da empresa tem sido garantido, ao mais alto nível, pela estabilidade e qualidade da sua governação e pela excelente relação institucional entre o acionista privado e o Governo.

O objecto principal da CPMZ é a satisfação da demanda do Zimbabwe através de um abastecimento seguro de produtos petrolíferos refinados na região, dando acesso preferencial ao Zimbabwe ao mesmo tempo que cria valor acrescentado à economia de Moçambique; o Zimbabwe, por sua vez, enquanto único cliente da CPMZ, tem a obrigação de maximizar a utilização do oleoduto da CPMZ.

 

2. Visão partilhada com o Governo do Zimbabwe

A CPMZ e o Governo do Zimbabwe são movidos por uma visão partilhada de (i) assegurar que o oleoduto entre a Beira e Harare se torne o transportador preferencial de produtos refinados para o interior da África Austral e (ii) tornar Harare no centro de distribuição de referência de combustíveis para o Hinterland.

Na prossecução desta visão partilhada com o Zimbabwe, o Conselho de Administração da CPMZ tem-se empenhado na concepção e implementação de um projecto de expansão gradual da capacidade instalada do seu pipeline, a pari passu com os níveis de crescimento da demanda.

 

3. A importância estratégica do Corredor da Beira

Dada a importância que o porto da Beira assume no âmbito desta estratégia, importa também salientar e aplaudir a estreita cooperação existente, hoje em dia, entre as equipas da CPMZ e dos CFM. De facto, os activos integrados da CPMZ e dos CFM são uma parte crítica da infra-estrutura energética da região central da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a sua operação segura e eficiente é fundamental para garantir a segurança energética de Moçambique e dos países sem litoral no corredor da Beira (hinterland), incluindo o Zimbabwe, a Zâmbia a RD Congo e o Malawi. Face ao aumento da procura de combustíveis a nível regional, aumentará a importância do porto e das infra-estruturas associadas no corredor da Beira. Neste contexto, assume particular importância o Plano Director do Corredor da Beira, um documento elaborado em conjunto pela CPMZ e pelos CFM, respondendo a uma solicitação de Sua Excelência o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala. O objectivo do Plano Director do Corredor da Beira consiste em coordenar o investimento e a actividade comercial e operacional dos respectivos activos com o intuito de garantir que o Corredor da Beira seja o meio mais prático e competitivo em termos de custos no que respeita ao transporte de combustíveis entre o Oceano Índico e outros mercados fora de Moçambique.

 

4. O aumento de capacidade do oleoduto da CPMZ

Hoje a CPMZ celebra mais um marco importante na caminhada iniciada há vários anos atrás. Em plena pandemia, quando o futuro, em todo o mundo, era incerto, o Conselho de Administração da CPMZ tomou a decisão que deu origem ao aumento de capacidade que foi agora inaugurada. Quatro anos depois Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, inaugurou as novas plataformas de bombagem, que permitem aumentar a capacidade do pipeline de 2 para 3 milhões de m3 por ano, não só permitindo continuar a abastecer de forma segura a República do Zimbabwe através do oleoduto Beira-Feruka-Harare, como criando também a oportunidade para facilitar o acesso dos países do Hinterland, satisfazendo assim os acordos da SADC nesta matéria.

O projecto de expansão aumentará a capacidade e competitividade do oleoduto a partir da Beira, facilitando a exportação em camião a partir de Harare. Esta será uma alternativa mais eficiente e barata ao transporte rodoviário de combustível logo a partir do porto da Beira, permitindo reduzir em cerca de 1.100 quilómetros o trajecto dos operadores rodoviários, bem como a respectiva segurança rodoviária.

A expectativa com o aumento da capacidade é de que possa contribuir para aumentar a competitividade do Porto da Beira, em relação aos portos concorrenciais da região, e contribuir para a segurança rodoviária, reduzindo substancialmente o congestionamento de camiões quer no Porto como ao longo do Corredor da Beira.

 

5. O projecto de expansão da CPMZ

As referidas plataformas fazem parte da fase I do projecto de expansão da Capacidade da Companhia:

Fase I – Actualmente (objecto de inauguração)

• Aumento da capacidade dos 2.000.000m3 por ano para 3.000.000m3 por ano;

• Projecto iniciado em finais de 2020;

• Consistiu na construção de duas novas plataformas de bombagem na Beira e Maforga, e ainda na substituição das antigas bombas por novas com maior capacidade;

• O projecto está avaliado em pouco mais de 40 milhões de dólares, financiado por fundos próprios com apoio da banca nacional;

• O projecto contratou nas suas diferentes fases de construção:

I Mão-de-obra nacional: 35
II Mão-de-obra estrangeira: 02
III Empreiteiros e prestadores de serviços nacionais: 15

Entretanto, a Companhia já está a trabalhar na fase seguinte do seu projecto de expansão, estando, neste momento, prestes a lançar o concurso para o estudo detalhado de engenharia:

Fase II – Próxima fase

• Aumento da capacidade dos 3.000.000m3 por ano para 5.000.000m3 por ano.
• Consistirá na construção de duas estações satélites extras, uma em Nhamatanda e outra em Messica;
• Projecto em fase adiantada de desenho

É importante salientar que Moçambique e a CPMZ estão, já hoje em dia, preparados para responder a uma procura superior a 5 milhões de m3. Com efeito, quando a procura de combustíveis do Zimbabwe e dos países do hinterland o justificar, a CPMZ terá em pleno funcionamento uma infraestrutura petrolífera moderna e robusta, bastando substituir o actual tubo de 10 polegadas por um tubo maior, sem parar de bombar, à semelhança do que a Companhia fez no passado, quando substituiu o tubo antigo pelo tubo actualmente em funcionamento:

Fase III – Última fase

• Aumento de capacidade de 5.000.000m3 por ano para o volume que for necessário
• Consistirá na substituição do actual tubo de 10 polegadas por um tubo maior
• Substituição do tubo sem parar de bombar e com aproveitamento integral das infraestruturas existentes